A pandemia do coronavírus trouxe um grande desafio às famílias com filhos: acompanhar o ensino à distância mediado pela escola e ajudar as crianças com tarefas e aulas online, que muitas vezes não funcionam a contento. Ou porque a criança é muito nova para saber usar as ferramentas, ou porque os pais estão trabalhando e não têm disponibilidade de sentar junto com o filho ou ainda por outras dificuldades.
Por isso, em países onde o ensino domiciliar é regulamentado, como nos EUA, muitas famílias estão optando por essa modalidade de educação.
Michael Horn, de Massachusetts, EUA, contou à Forbes como está sendo a experiência de educar os filhos em casa durante a pandemia. Ele e sua esposa optaram pelo ensino domiciliar após muita discussão.
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Em março, quando os estabelecimentos dos Estados Unidos começaram a fechar, a escola das filhas de Michael tinha acabado de entrar no recesso de primavera. Ele e sua esposa cancelaram planos de viagem e usaram as duas semanas para se prepararem para a nova realidade que deveriam enfrentar, sem saber como lidar com o que levaria ao ensino domiciliar.
Ele conta que considera a família sortuda por terem tido a oportunidade de refazerem a rotina para se adequarem às necessidades das filhas, de cinco anos de idade. A esposa de Michael trabalhava em um restaurante, que ficou fechado por um tempo. Com isso, o casal conseguiu elaborar um ritmo para que suas filhas sentissem segurança em meio ao caos.
Eles acompanharam como a escola de suas filhas estabeleceu uma quantidade maior de aulas na plataforma Zoom ao longo do tempo, que passou a enfatizar o método de aprendizado em grupo, mais do que o método de aprendizado individual e personalizado, que era tão valorizado por Michael e sua esposa.
Mas as filhas pareciam contentes com isso, então o casal acreditou que elas poderiam continuar fazendo parte da comunidade escolar e ver seus amigos à distância. Eles conseguiram inserir as mudanças de cronograma da escola na rotina que eles criaram, mas, ao mesmo tempo, reconheceram que essas interações sociais não seriam suficientes para o ano.
Em maio, eles perguntaram ao superintendente da escola se o distrito poderia criar mini-escolas para que cada aluno pudesse ter um ensino personalizado, onde teriam uma análise de progresso enquanto aprendiam conceitos. Ele disse que não teria capacidade de fazer algo do tipo. Michael e sua esposa não gostaram da ideia, sabendo que o ensino presencial tem uma importância muito maior de um ponto de vista educacional e social.
Para protegerem as filhas do vírus, não tendo que expô-las, o casal pensou no ensino domiciliar, pensando mais do que apenas ensino acadêmico, mas também que elas aprendessem como serem gentis, como se tornarem líderes, que elas desenvolvessem curiosidades sobre como o mundo funciona, entre outros.
Além de uma melhora de desenvolvimento social e emocional, eles também deram aulas ao ar livre às filhas pois, de acordo com estudos, crianças que aprendem do lado de fora têm benefícios de desenvolvimento.